19 de maio de 2014

Diz-me de que estrato és, dir-te-ei quem és


 Desde a primeira vez que procurei casa em Bogotá reparei que muitos dos anúncios além da descrição habitual da casa tinham também "estrato" seguido de um número, por exemplo, Estrato 4. Na altura como estava com alguma urgência e a minha prioridade era a localização, não liguei muito ao significado da expressão.

Mais tarde, comecei a pesquisar e fiquei a saber que a cidade está dividida por estratos, indo do 1 ao 6. Segundo parece, estes estratos foram criados devido à grande heterogeneidade económica e social da população da cidade. A ideia seria que esta divisão de estratos fosse feita através do rendimento das pessoas, mas como isso daria muito trabalho e implicaria um maior estudo, decidiram fazer essa avaliação avaliando apenas o estado de conservação das casas e dos seus arredores.

Assim sendo, regra geral os estratos 1,2 e 3 são os estratos onde a população recebe subsídios sobre os serviços públicos, o estrato 4 perde essas ajudas e os estratos 5 e 6 não só não recebem como ainda pagam taxas esses mesmos serviços públicos.
Esta situação iria ser-me indiferente não fosse o facto de me ir apercebendo dos preconceitos que existem referentes às pessoas que vivem em estratos mais baixos. Além disso, outras pessoas já me confirmaram que até nos serviços públicos tratam as pessoas de forma diferente consoante o seu estrato.
É inacreditável que até quando fui pedir para fazer o cartão de um supermercado, tive de colocar o meu pseudo estrato devido à localização do apartamento.
A pergunta comum é "qual é o seu nome e estrato...", do género, vale a pena falar consigo ou mais vale assalta-lo...




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